quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Seria simplesmente assim.

Eu poderia gerar qualquer coisa, mas dependeria de uma iluminação divina que dissesse: Pode ir por aí, criatura confusa! Então, olharia pro chão coberto de estalantes e secas folhas e iria...iria fertilizar o mundo, enchê-lo de colorido, de cheiros acredoces, divertidos, de cortinas brincalhonas, de tortas de banana muito açucaradas e soladas, de risada contagiantes, de jogos de xadrez jogados em fim de tarde chuvosos em plena varanda com vista pro infinito e muito frio arrepiando os pelos das canelas.  
Produziria muitas xícaras de chá com canela, chocolate granulado, rios que congelam os dedos dos pés e deixam ver os peixinhos mordiscá-los. Colheitas inteiras de margaridas e lírios. 
Finalmente cederia a minha mais iluminada sina, a de escrever anos a fio, seguindo o sangue das minhas veias. Relataria tudo, sem sombra de dúvida, iria pelas palavras desenhando os perfis, criando outros, fazendo brotar desse terreno muitas vezes árido um pouco de folhagem verde, fresca e reluzente.
Iria gerar mais um jardim, um canteiro, um quarteirão. Não importa. A vastidão é larga, é imensa, é completamente espreguiçada de mim mesma. E vou me esticando e abraçando com as ponta dos dedos os sonhos mais distante, mais amados, mais...mais...até estalar os ossos.

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